quarta-feira, 5 de junho de 2024

Imperialismo do Século XIX: Uma Análise Histórica

Definição de Imperialismo

O termo "imperialismo do século XIX" refere-se à política e à prática de expansão territorial, econômica e cultural por parte das potências europeias, bem como dos Estados Unidos e do Japão. A conquista e colonização de áreas na África, Ásia e Pacífico marcaram esta expansão. Para extrair recursos naturais, dominar mercados para seus produtos manufaturados e exercer influência política e cultural, os países imperialistas tentavam dominar outras nações.

                                Análise da Charge do Chinês Furioso com as Nações Imperialistas

Uma charge bem famosa da época mostra um chinês furioso cercado por figuras de países imperialistas como o Reino Unido, França, Alemanha, Rússia e Japão, cada um deles tentando tirar um pouco do "bolo" que representa a China. Esta imagem representa como a China foi humilhada e explorada durante o "Século das Humilhações", que durou de 1839 a 1949. A China foi alvo de intervenções estrangeiras, perdeu territórios e foi obrigada a assinar tratados insatisfatórios que favoreciam as potências estrangeiras. A frustração e a raiva do chinês na charge mostram a resistência e o ressentimento dos povos colonizados contra a invasão imperialista.

 Países Imperialistas do Século XIX

O século XIX viu uma intensa corrida imperialista liderada por várias potências europeias:

- Reino Unido: Saiu na frente como a maior potência imperialista, controlando vastos territórios na África, Índia, América do Norte e Oceania. O Império Britânico era tão extenso que se dizia que "o sol nunca se punha" em suas possessões.

- França: Também estabeleceu um vasto império, particularmente na África e no Sudeste Asiático, com colônias importantes como a Argélia e a Indochina Francesa.

- Alemanha: Embora tenha unificado tardiamente (em 1871), rapidamente se lançou na corrida imperialista, adquirindo territórios na África (como Togo, Camarões e Namíbia) e no Pacífico.

- Portugal e Espanha: Tiveram um papel menor no século XIX em comparação com seus esplendores coloniais anteriores, mas ainda mantinham possessões importantes em África e Ásia.

- Bélgica: Controlava o vasto e rico Congo, administrado pessoalmente pelo Rei Leopoldo II em condições extremamente brutais.

- Estados Unidos e Japão: Tornaram-se potências imperialistas mais tarde, com os EUA expandindo-se para o Pacífico e o Caribe, e o Japão anexando territórios na Ásia Oriental.

Relação entre Capitalismo e Imperialismo

O fenômeno imperialista do século XIX esteve intimamente ligado ao desenvolvimento do capitalismo industrial. As economias europeias, em rápida industrialização, necessitavam de novas fontes de matérias-primas, mercados para seus produtos manufaturados e oportunidades de investimento para seu excedente de capital. A expansão imperialista oferecia essas oportunidades ao fornecer acesso direto a recursos naturais, novos mercados consumidores e campos para investimento. 

A ideologia do imperialismo também foi alimentada por uma crença na superioridade cultural e racial europeia, justificando a dominação de outros povos sob o pretexto de "civilizar" e "modernizar" sociedades consideradas atrasadas.

Migração Africana para a Europa: Resultado do Imperialismo

Atualmente, as migrações africanas para a Europa são influenciadas por uma variedade de fatores, incluindo econômicos, políticos e sociais. Os conflitos armados, a violência, a perseguição política e as dificuldades econômicas são as razões pelas quais muitos africanos fugiram de seus países. Milhares de pessoas migraram para a Europa em busca de segurança e melhores condições de vida de países como Somália, Eritreia, Sudão do Sul e República Democrática do Congo, onde há guerras e instabilidade prolongadas.

Mas a travessia é extremamente perigosa. Muitos migrantes tentam fugir por caminhos ilegais, enfrentando o deserto do Saara e cruzando o Mar Mediterrâneo em embarcações muito danificadas. Muitas pessoas morrem no caminho, infelizmente. Aqueles que conseguem chegar à Europa geralmente acabam em campos de refugiados, como os da Grécia, que têm condições ruins e superlotação. Os migrantes geralmente chegam nesses campos para aguardar a análise de seus pedidos de asilo.

A obtenção de um visto para ficar legalmente na Europa é um processo complicado e lento. Os solicitantes de asilo devem demonstrar que são perseguidos em seus países de origem e que, se voltassem para lá, sua vida estaria em risco. Mesmo assim, muitos pedidos são rejeitados e os migrantes correm o risco de ser deportados. A crise humanitária persiste devido a políticas migratórias restritivas e pressão populacional crescente.

Por fim, enormes dificuldades e ameaças impulsionam as migrações africanas para a Europa. A resposta da Europa à crise é complexa e envolve tanto o esforço para melhorar a integração e a assistência humanitária quanto o esforço para controlar e administrar o fluxo migratório de maneira humana e eficiente.

O DESCOBRIMENTO DO BRASIL: UMA ANÁLISE

BRASIL: FOI CONQUISTADO OU DESCOBERTO?


 "Ultimamente, diversos historiadores refutam a ideia de que o Brasil tenha sido descoberto em 1500 pela esquadra liderada por Pedro Álvares Cabral. Essa revisão sobre o fato usualmente se sustenta no momento em que se destaca o grau de desenvolvimento tecnológico, o controle de informações realizado pelo governo português e a preocupação em se revisar os limites coloniais com a assinatura do Tratado de Tordesilhas.

Para compreendermos melhor essa questão, é necessário que observemos alguns episódios anteriores ao anúncio das terras brasileiras. No início de 1500, a Coroa Portuguesa enviou uma expedição que deveria buscar mais um precioso carregamento de especiarias vindo de Calicute, Índia. Essa nova empreitada marítima seria liderada pelo experimente navegador Pedro Álvares Cabral e contaria com a presença do cosmógrafo Duarte Pacheco Pereira."

O Brasil na época da conquista, em 1500, era habitado por aproximadamente 1.700 povos indígenas com uma população estimada em 05 milhões de pessoas. Sobreviveram ao violento processo de conquista em torno de 235 povos que falam 180 línguas. 180 desses povos indígenas vivem na Amazônia Legal, ou 77% do total.


A pintura "Descobrimento do Brasil" de Oscar Pereira da Silva retrata a chegada de Pedro Álvares Cabral e sua frota à costa brasileira em 22 de abril de 1500, marcando o encontro entre os navegadores portugueses e os povos indígenas nativos. O cenário da obra destaca a praia de Porto Seguro, onde os europeus, vestidos com trajes imponentes e armaduras, desembarcam em terra firme, carregando bandeiras e cruzes, simbolizando tanto a conquista territorial quanto a missão religiosa de evangelização. Os indígenas são retratados em posturas curiosas e receosas, observando a chegada dos estrangeiros, que trazem consigo uma nova era de colonização e exploração. A composição enfatiza o contraste cultural e a iminente transformação do território brasileiro, sugerindo a riqueza natural da terra através da vegetação exuberante e o mar tranquilo ao fundo. A obra transmite uma narrativa de descobrimento e encontro, carregada de simbolismos históricos e culturais, evidenciando a complexidade e a dramaticidade do primeiro contato entre dois mundos distintos.


A CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA

A Carta de Pero Vaz de Caminha, escrita em 1º de maio de 1500, é um documento histórico importante que relata o "achamento" do Brasil por Pedro Álvares Cabral. Caminha era o escrivão da frota e descreveu minuciosamente suas observações sobre a nova terra e seus habitantes. Abaixo estão os principais trechos da carta com suas explicações:

1. Descrição da Terra

**Trecho:**

 “... a terra é muito grande e parece que dela há muitas novidades. E, portanto, pode bem se nela muito aproveitar.”


**Explicação:**

Caminha descreve a vastidão e a potencial riqueza da terra descoberta. Ele expressa a expectativa de que esta nova terra possa oferecer muitas oportunidades e recursos para a Coroa Portuguesa.

2. Primeiros Contatos com os Indígenas

**Trecho:**

“Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Traziam arcos nas mãos e suas setas.”

**Explicação:**

Caminha relata a aparência e os costumes dos indígenas encontrados. Ele observa a ausência de vestimentas e menciona as armas que eles carregavam, destacando a diferença cultural entre os portugueses e os nativos.


3. Interação Cultural

**Trecho:**

“Eles se mostraram então muito mais seguros e sem receio de coisa alguma. Andavam-nos agora entre eles muito à vontade.”


**Explicação:**

Caminha descreve como os indígenas se tornaram mais confiantes e amigáveis à medida que o contato com os portugueses se intensificava. Ele nota que a desconfiança inicial deu lugar a uma convivência mais harmoniosa e curiosa.


4. Recursos Naturais

**Trecho:**

 “Águas são muitas; infinitas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem.”


**Explicação:**

Ele destaca a abundância de recursos naturais, especialmente a água. Isso indica a fertilidade e o potencial agrícola da nova terra, sugerindo que, com o devido aproveitamento, a terra poderia ser muito produtiva.

5. Conclusão da Carta

**Trecho:**

 “E desta maneira dou aqui a Vossa Alteza conta do que nesta vossa terra vi. A qual de Vossa Alteza creio que se houver de mui grandemente aproveitar.”

**Explicação:**

Caminha conclui a carta reafirmando sua crença no grande potencial da terra descoberta para a Coroa Portuguesa. Ele reforça a importância e a riqueza do achado, oferecendo uma visão otimista para o futuro da colonização.

A carta de Pero Vaz de Caminha é um testemunho valioso da primeira impressão europeia sobre o Brasil e seus habitantes, oferecendo um vislumbre da curiosidade, surpresa e expectativas dos colonizadores.

A COLONIZAÇÃO PORTUGUESA E OS IMPOSTOS QUE PAGAMOS

  • Colonização e Exploração Indígena: Os portugueses exploraram os recursos naturais e a mão de obra indígena para enriquecer a Coroa Portuguesa e expandir seu império. Os indígenas perderam autonomia e sofreram diversas formas de opressão e violência.
  • Impostos e Exploração Econômica: Os brasileiros contemporâneos são frequentemente descritos como sobrecarregados pela carga tributária. Há uma sensação de que o governo extrai uma parte substancial da renda da população sem oferecer uma contrapartida adequada em termos de serviços públicos, infraestrutura, saúde e educação.

Imposição de Sistemas:

  • Sistemas Coloniais: Os portugueses impuseram um novo sistema político, econômico e cultural aos indígenas, desestruturando suas sociedades e modos de vida.
  • Sistema Tributário: O sistema tributário brasileiro é complexo e muitas vezes considerado injusto, penalizando desproporcionalmente as classes média e baixa. A burocracia e a falta de transparência na aplicação dos recursos públicos aumentam a insatisfação.

quarta-feira, 22 de maio de 2024

BILL OF RIGHTS - REVOLUÇÕES INGLESAS

 

  • Que o suposto poder de suspender as leis ou execução de leis pela autoridade real sem o consentimento do Parlamento é ilegal.
  • Que o suposto poder de dispensar leis ou execução de leis pela autoridade real, como havia sido assumido e executado, é ilegal.
  • Que arrecadar dinheiro para o uso da Coroa por prerrogativa, sem consentimento do Parlamento, ou de forma diferente da por esse autorizada, é ilegal.
  • Que é direito dos súditos peticionar o rei, e toda execução ou processo por tal petição são ilegais.
  • Que a criação ou manutenção de um exército permanente dentro do reino em tempos de paz, a não ser com o consentimento do Parlamento, é contra a lei.
  • Que os súditos Protestantes possam ter armas para sua defesa adequadas às suas condições conforme permitido por lei.
  • Que a eleição dos membros do Parlamento deve ser livre.
  • Que a liberdade de expressão e os debates ou procedimentos do Parlamento não devem ser contestados ou questionados em nenhuma outra corte ou lugar fora do Parlamento.
  • Que fianças e multas excessivas não devem ser exigidas, nem punições cruéis ou incomuns devem ser infligidas.
  • Que todas as concessões e promessas de multas e confiscos antes de condenação são ilegais e nulas.
  • E que para a reparação de todas as queixas e emendas, o fortalecimento e a preservação das leis, os Parlamentos deveriam ser formados frequentemente.

quinta-feira, 6 de maio de 2021

EU TENHO UM SONHO - MARTIN LUTHER KING


 “Estou contente de me reunir hoje com vocês nesta que será conhecida como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação. 

Há dez décadas, um grande americano, sob cuja sombra simbólica nos encontramos hoje, assinou a Proclamação da Emancipação. Esse magnífico decreto surgiu como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que arderam nas chamas da árida injustiça. Ele surgiu como uma aurora de júbilo para pôr fim à longa noite de cativeiro. 

Mas cem anos depois, o negro ainda não é livre. Cem anos depois, a vida do negro ainda está tristemente debilitada pelas algemas da segregação e pelos grilhões da discriminação. 

Cem anos depois, o negro vive isolado numa ilha de pobreza em meio a um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o negro ainda vive abandonado nos recantos da sociedade na América, exilado em sua própria terra. Assim, hoje viemos aqui para representar a nossa vergonhosa condição. 

De uma certa forma, vimos à capital da nação para descontar um cheque. Quando os arquitetos da nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e da Declaração da Independência (sim), eles estavam assinando uma nota promissória da qual todos os americanos seriam herdeiros. A nota era uma promessa de que todos os homens, sim, negros e brancos igualmente, teriam garantidos os ‘direitos inalienáveis à vida, à liberdade e à busca da felicidade’. 

É óbvio neste momento que, no que diz respeito a seus cidadãos de cor, a América não pagou essa promessa. Em vez de honrar a sagrada obrigação, a América entregou à população negra um cheque ruim, um cheque que voltou com o carimbo de ‘sem fundos’. 

No entanto, recusamos a acreditar que o banco da justiça esteja falido. Recusamos a acreditar que não haja fundos suficientes nos grandes cofres de oportunidade desta nação. E, assim, viemos descontar esse cheque, um cheque que nos garantirá, sob demanda, as riquezas da liberdade e a segurança da justiça. 

Viemos também a este glorioso local para lembrar a América da urgência feroz do momento. Não é hora de se comprometer com o luxo do comedimento ou de tomar o tranquilizante do gradualismo. Agora é hora de concretizar as promessas da democracia (sim, Senhor). 

Agora é hora de deixar o vale sombrio e desolado da segregação pelo caminho ensolarado da justiça racial. Agora é hora de conduzir a nossa nação da areia movediça da injustiça racial para a sólida rocha da fraternidade. Agora é hora de tornar a justiça uma realidade para todos os filhos de Deus. 

Seria fatal para a nação ignorar a urgência do momento. Este verão sufocante do legítimo descontentamento dos negros não passará até que haja um outono revigorante de liberdade e igualdade. O ano de 1963 não é um fim, mas um começo. E aqueles que agora esperam que o negro se acomode e se contente terão uma grande surpresa se a nação voltar a negociar como de costume. 

E não haverá descanso nem tranquilidade na América até que se conceda ao negro a sua cidadania. As tempestades da revolta continuarão a balançar os alicerces da nossa nação, até que floresça a luminosa manhã da justiça. 

Mas há algo que devo dizer a meu povo, diante da entrada reconfortante do Palácio da Justiça: ao longo do processo de conquista do nosso merecido lugar, não podemos nos condenar com atos criminosos. Não devemos saciar a nossa sede de liberdade bebendo da taça da amargura e do ódio. Devemos sempre conduzir a nossa luta no mais alto nível de dignidade e disciplina. 

Não podemos permitir que o nosso protesto degenere em violência física. Vezes sem fim, devemos nos elevar às majestosas alturas para confrontar a força física com a força da alma. 

A nova e maravilhosa militância que engolfou a comunidade negra não deve nos levar a desconfiar de todos os homens brancos, pois muitos de nossos irmãos brancos, como se torna evidente com a sua presença aqui hoje, compreenderam que o seu destino está ligado ao nosso. 

Eles compreenderam que a sua liberdade está atada à nossa, de forma inextricável. Não podemos caminhar sozinhos. E, enquanto caminhamos, devemos prometer que sempre marcharemos adiante. Não podemos voltar. 

Há quem pergunte aos devotos dos direitos civis: ‘Quando ficarão satisfeitos?’ (Nunca). Não ficaremos satisfeitos enquanto o negro for vítima dos inenarráveis horrores da brutalidade policial. Não ficaremos satisfeitos enquanto os nossos corpos, pesados pela fadiga da viagem, não obtiverem hospitalidade nos hotéis das rodovias e das cidades. 

Não ficaremos satisfeitos enquanto a única mobilidade social a que um negro possa aspirar seja deixar o seu gueto por um outro maior. Não ficaremos satisfeitos enquanto os nossos filhos forem despidos de sua personalidade e tiverem a sua dignidade roubada por cartazes com os dizeres ‘só para brancos’. 

Não ficaremos satisfeitos enquanto o negro do Mississippi não puder votar e o negro de Nova York acreditar que não há por que votar. Não e não. Não estamos satisfeitos e nem ficaremos satisfeitos até que ‘a justiça jorre como uma fonte; e a equidade, como uma poderosa correnteza’. 

Não ignoro que alguns de vocês enfrentaram inúmeros desafios e adversidades para chegar até aqui (sim, Senhor). Alguns de vocês recentemente abandonaram estreitas celas de prisão. Alguns de vocês vieram de regiões onde a busca por liberdade deixou-os abatidos pelas tempestades da perseguição e abalados pelos ventos da brutalidade policial. 

Vocês são os veteranos do sofrimento profícuo. Continuem a lutar com a fé de que o sofrimento imerecido é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para a Louisiana, voltem para os cortiços e para os guetos das cidades do Norte, conscientes de que, de algum modo, essa situação pode e será transformada (sim). Não afundemos no vale do desespero. 

E digo-lhes hoje, meus amigos, mesmo diante das dificuldades de hoje e de amanhã, ainda tenho um sonho, um sonho profundamente enraizado no sonho americano. 

Eu tenho um sonho de que um dia esta nação se erguerá e experimentará o verdadeiro significado de sua crença: ‘Acreditamos que essas verdades são evidentes, que todos os homens são criados iguais’ (sim). 

Eu tenho um sonho de que um dia, nas encostas vermelhas da Geórgia, os filhos dos antigos escravos sentarão ao lado dos filhos dos antigos senhores, à mesa da fraternidade.

Eu tenho um sonho de que um dia até mesmo o estado do Mississippi, um estado sufocado pelo calor da injustiça, sufocado pelo calor da opressão, será um oásis de liberdade e justiça. 

Eu tenho um sonho de que os meus quatro filhos pequenos viverão um dia numa nação onde não serão julgados pela cor de sua pele, mas pelo conteúdo de seu caráter (Sim, Senhor). Hoje, eu tenho um sonho! 

Eu tenho um sonho de que um dia, lá no Alabama, com o seu racismo vicioso, com o seu governador de cujos lábios gotejam as palavras ‘intervenção’ e ‘anulação’, um dia, bem no meio do Alabama, meninas e meninos negros darão as mãos a meninas e meninos brancos, como irmãs e irmãos. Hoje, eu tenho um sonho. 

Eu tenho um sonho de que um dia todo vale será alteado (sim) e toda colina, abaixada; que o áspero será plano e o torto, direito; ‘que se revelará a glória do Senhor e, juntas, todas as criaturas a apreciarão’ (sim). Esta é a nossa esperança, e esta a fé que levarei comigo ao voltar para o Sul (sim). Com esta fé, poderemos extrair da montanha do desespero uma rocha de esperança (sim). Com esta fé, poderemos transformar os clamores dissonantes da nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. 

Com esta fé (sim, Senhor), poderemos partilhar o trabalho, partilhar a oração, partilhar a luta, partilhar a prisão e partilhar o nosso anseio por liberdade, conscientes de que um dia seremos livres. E esse será o dia, e esse será o dia em que todos os filhos de Deus poderão cantar com um renovado sentido: 

O meu país eu canto. Doce terra da liberdade, a ti eu canto. 

Terra em que meus pais morreram, / Terra do orgulho peregrino, / Nas encostas de todas as montanhas, que a liberdade ressoe! 

E se a América estiver destinada a ser uma grande nação, isso se tornará realidade. 

E, assim, que a liberdade ressoe (sim) nos picos prodigiosos de New Hampshire. 

Que a liberdade ressoe nas grandiosas montanhas de Nova York. 

Que a liberdade ressoe nos elevados Apalaches da Pensilvânia. 

Que a liberdade ressoe nas Rochosas nevadas do Colorado. 

Que a liberdade ressoe nos declives sinuosos da Califórnia (sim). 

Mas não apenas isso: que a liberdade ressoe na Montanha de Pedra da Geórgia (sim). 

Que a liberdade ressoe na Montanha Lookout do Tennessee (sim). 

Que a liberdade ressoe em toda colina do Mississippi (sim). Nas encostas de todas as montanhas, que a liberdade ressoe! 

E quando acontecer, quando ressoar a liberdade, quando a liberdade ressoar em cada vila e em cada lugarejo, em cada estado e cada cidade, anteciparemos o dia em que todos os filhos de Deus, negros e brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, juntarão as mãos e cantarão as palavras da velha canção dos negros: 

Livres afinal! Livres afinal! 

Graças ao Deus Todo-Poderoso, / Estamos livres afinal!” 

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Guia para entender a caótica política libanesa AUGUST 10, 2020

 

Por Guga Chacra

Hassan Diab entrega carta de renúncia ao presidente libanês, Michael Aoun

Após a megaexplosão no porto de Beirute na semana passada, Hassan Diab, premier do Líbano, renunciou ao cargo. Estava no poder havia poucos meses e tinha perfil de tecnocrata. Na prática, não mandava praticamente nada. Não passava de um fantoche da coalizão entre os cristãos da Frente Patriótica Nacional, do presidente Michel Aoun, e os xiitas do Hezbollah e da Amal. Sua força nas ruas sunitas, que ele supostamente representaria na divisão de cargos sectários, era quase nula.

Antes de seguir, é preciso entender o sistema político libanês. O Parlamento do Líbano tem 128 deputados. Metade é cristã de diferentes denominações e metade muçulmana (sunitas e xiitas), além de drusos e alauitas. Abaixo, coloco a distribuição exata.

CRISTÃOS (64)

34 maronitas

14 greco-ortodoxos

8 melquitas (greco-católicos)

5 armênios ortodoxos

1 armênio católico

1 protestante

1 outras minorias cristãs (siríaco, copta) ou judeu

MUÇULMANOS (64)

27 sunitas

27 xiitas

8 drusos

2 alauitas

O gabinete ministerial libanês também é dividido nestas linhas.

Diante desta divisão, os partidos costumam se construir ao redor de correntes sectárias. A votação, no entanto, se dá por listas distritais. Por exemplo, o distrito de Zahle tem direito a 7 cadeiras. Destas, duas precisam ser para melquitas (greco-católicos), 1 para cristão maronita, 1 para cristão greco-ortodoxo, 1 para armênio ortodoxo, 1 para xiita e 1 para sunita. Nas listas das coalizões, portanto, você precisará ter um representante de cada um deste grupo. Os eleitores votam na lista. Logo, a tendência é partidos de diferentes correntes sectárias fazerem coalizões com membros de outras. Por este motivo, o Hezbollah, um partido xiita, se aliou à Frente Patriótica Nacional (FPN), de Michel Aoun. Desta forma, o partido xiita pega votos de cristãos que apoiam Aoun enquanto a FPN pega votos de xiitas pró-Hezbollah. Este fenômeno se replica em outras alianças.

Há dois blocos principais. Um deles é justamente este dos cristãos populistas de Michel Aoun com o Hezbollah, que tem maioria parlamentar. Inclui ainda alguns grupos sunitas, os xiitas da Amal e outros partidos cristãos. Outro bloco é composto pelos sunitas do partido Futuro do ex-premier Saad Hariri e agremiações cristãs nacionalistas, como as Forças Libanesas e a Kataeb.

Até o ano passado, antes das manifestações de outubro, havia um governo de união nacional. Os protestos levaram à queda de Hariri e dos ministros políticos. O novo Ministério de fato passou a ser composto por tecnocratas. Mas estes eram escolhidos pela coalizão dos cristãos de Aoun com os xiitas do Hezbollah e da Amal. Basicamente, os sunitas saíram enfraquecidos sem a presença de Hariri.

Com a renúncia de Diab, não será simples a formação de um novo governo dentro do Líbano com o atual Parlamento. Os xiitas do Hezbollah e os cristãos de Aoun não perderam sua força por ainda manterem a maioria. Talvez, diante dos protestos, aceitassem um recuo estratégico. Poderiam concordar com o retorno do adversário Saad Hariri ao cargo de premier. Seria uma forma de acalmar ao menos o establishment sunita. Existe o risco, porém, de Aoun e o Hezbollah empurrarem com a barriga e deixarem Diab de interino ou escolherem um outro fantoche.

Em todas estas circunstâncias, para ficar claro, seguirá a insatisfação popular. Mas a realização de eleições poderia acalmar temporariamente os ânimos. Estas também enfrentarão uma série de dificuldades para serem organizadas. Caso os eleitores sejam convocados para votar no atual sistema sectário, talvez vejamos um fortalecimento, dentro das cadeiras cristãs, de partidos cristãos rivais de Aoun, como as Forças Libanesas, de Samir Geagea, e o Kataeb, da família Gemayel. Estes poderiam fazer a balança pender um pouco para o lado anti-Hezbollah, fortalecendo também Hariri.

Ainda assim, será insuficiente para enfraquecer o Hezbollah porque o partido e seus aliados da Amal manteriam as cadeiras de xiitas e o controle da Presidência do Parlamento. Talvez, com uma forte mobilização do eleitorado xiita, possam ajudar o partido cristão FPM de Aoun a manter suas cadeiras, compensando a perda de votos cristãos para as Forças Libanesas de Geagea e o Kataeb da família Gemayel. Para completar, mesmo em caso de derrota nas urnas de sua coalizão, o Hezbollah seguiria com a sua milícia armada, mais poderosa do que o Exército libanês e considerada terrorista pelos EUA e alguns países europeus.

Não podemos esquecer que as manifestações do ano passado eram contra toda a classe política. Isso inclui os adversários cristãos Aoun e Geagea, o sunita Hariri, o Hezbollah e a Amal, além dos líderes drusos Arslan e Jumblatt. Os eleitores querem renovação de nomes. Dentro do sistema político libanês, no entanto, teriam dificuldade de eleger novas lideranças fora de Beirute. Portanto, o balanço de poder pode mudar, mas dificilmente fora da atual classe política.

terça-feira, 3 de março de 2020

A REVOLUÇÃO INGLESA

SOBRE A REVOLUÇÃO INGLESA, COMENTE AQUI O TEMA: 

"O PAPEL DA RELIGIÃO NA REVOLUÇÃO INGLESA".

(Escrever uma frase de sua autoria que explique como a religião interferiu nas mudanças políticas na Inglaterra)

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

7 ANO - GALILEU GALILEI

GALILEU GALILEI
Resultado de imagem para galileu galilei
(15/02/1564 - 08/01/1642)

Destaca-se em: Astronomia, Física, Matemática

Origem: Itália

Cientista italiano e estudioso, Galileu Galilei fez observações pioneiras que foram base para a Física e a Astronomia modernas.
Nascido em 15 de fevereiro de 1564, em Pisa, na Itália, Galileu Galilei foi um professor de Matemática que fez observações pioneiras sobre a natureza com implicações permanentes para o estudo da Física. Ele também construiu um telescópio e apoiou a teoria de Copérnico, que fala de um sistema solar com o Sol como centro. Galileu foi acusado de heresia pela Igreja por suas crenças, e escreveu livros sobre suas ideias. Ele morreu em Arcetri, Itália, em 8 de janeiro de 1642.

Fascinado por matemática e física

A Matemática é o alfabeto que Deus usou para escrever o Universo
Galileu Galilei foi o primeiro dos seis filhos de Vincenzo Galilei, um músico e teórico de música muito conhecido, e de Giulia Ammannati. Em 1574, a família mudou para Florença, onde Galileu iniciou sua educação formal, no monastério Camaldolese.
Em 1583, Galileu ingressou na Universidade de Pisa para estudar Medicina, tornando-se fascinado pela Matemática e pela Física. Em Pisa, ele foi exposto à visão aristotélica do mundo, apoiada por ele, e estava no caminho para ser um professor universitário. Porém, por questões financeiras, precisou largar a universidade antes de se formar.

Carreira acadêmica

Não me sinto obrigado a acreditar que o mesmo Deus que nos dotou de sentidos, razão e intelecto, pretenda que não os utilizemos.
Galileu continuou a estudar Matemática e se sustentava dando aulas. Nessa época, ele publicou “The Little Balance” (A Pequena Balança), iniciando seus estudos de objetos em movimento, o que o trouxe alguma fama e um posto de professor na Universidade de Pisa, em 1589. Lá, Galileu conduziu suas experiências com objetos em queda e produziu seu manuscrito “Du Motu” (Em Movimento). Galileu ficou arrogante com seu trabalho e suas críticas a Aristóteles o deixaram isolado de seus colegas. Em 1592, seu contrato com a universidade não foi renovado. Mas Galileu rapidamente achou uma nova posição na Universidade de Pádua, ensinando Geometria, Mecânica e Astronomia.

Descobertas controversas

Conhecer a si próprio é o maior saber.
Em 1604, Galileu publicou “The Operations of the Geometrical and Military Compass” (As Operações do Compasso Geométrico e Militar”). Ele também construiu uma balança hidrostática para medir objetos pequenos. No mesmo ano, Galileu refinou suas teorias sobre objetos em queda e em movimento, e desenvolveu a lei universal da aceleração, além de começar a apoiar unicamente a teoria de Copérnico, de que o Sol é o centro do Universo e os planetas orbitam ao redor dele.
Em julho de 1609, Galileu desenvolveu seu próprio telescópio. Em agosto, ele começou a comercializá-lo. Sua ambição o levou além e ele começou a observar o céu, descobrindo que a Lua não era plana e macia, mas uma esfera com montanhas e crateras. Ele também demonstrou que Vênus tinha fases, como as da Lua, provando que o planeta orbitava ao redor do Sol. Ele descobriu ainda que Júpiter tinha luas que não orbitavam ao redor da Terra.

Briga com a Igreja

Falar obscuramente, qualquer um sabe; com clareza, raríssimos.
Em 1612, ele publicou seu “Discourse on Bodies in Water” (Discurso sobre Corpos na Água), refutando a explanação de Aristóteles sobre o motivo dos corpos flutuarem na água, dizendo que era por conta do seu formato plano. Galileu defendeu que o peso do objeto em relação à água era deslocado. Em 1613, ele publicou algumas observações sobre as manchas solares, que refutou a doutrina de Aristóteles de que o Sol é perfeito.
No mesmo ano, escreveu uma carta a um estudante explicando como a teoria de Copérnico não contradizia passagens bíblicas, pontuando que as escrituras foram escritas de uma perspectiva terrestre e implicando que a ciência tinha uma perspectiva diferente, mais precisa. A carta foi tornada pública e a Igreja pronunciou que a teoria de Copérnico era herege. Assim, Galileu foi proibido de defender a teoria sobre o movimento da Terra.

Processo de Inquisição

Quanto menos alguém entende, mais quer discordar.
Em 1623, um amigo de Galileu se tornou o Papa Urbano VIII. Ele permitiu que Galileu continuasse seu trabalho em astronomia e o incentivou a publicá-lo, na condição de ser objetivo e não defender a teoria de Copérnico. Em 1632, ele publicou “Diálogo sobre os Dois Principais Sistemas do Mundo”, uma discussão entre três pessoas: uma que apoia a teoria heliocêntrica de Copérnico , outra que argumenta contra e outra imparcial.
A reação da Igreja contra o livro foi rápida, e Galileu foi chamado a Roma. O processo de Inquisição durou de setembro de 1632 a julho de 1633. Galileu foi torturado e finalmente admitiu que apoiava a teoria de Copérnico. Ele foi condenado por heresia e permaneceu seus últimos anos sob prisão domiciliar, proibido de receber visitas ou imprimir seus trabalhos fora da Itália, duas sentenças que foram ignoradas por ele. Em 1634, uma tradução francesa de seu estudo das forças e seus efeitos na matéria foi publicado, e, um ano depois, cópias do “Diálogo” foram impressas na Holanda. Enquanto esteve em prisão domiciliar, Galileu escreveu “Discursos sobre as Novas Ciências”, um resumo de seu trabalho sobre a ciência do movimento e forças das matérias, que foi publicado na Holanda em 1638. Nessa época, ele já estava cego e com a saúde precária.

Morte e legado

Galileu morreu em Arcetri, perto da Florença, em 8 de janeiro de 1642, sofrendo de febre e palpitações. Nessa época, a Igreja não podia negar a crença na ciência e, em 1758, não mais proibiu as obras que apoiavam a teoria de Copérnico e, em 1835, deixou a oposição ao heliocentrismo.
No século 20 muitos papas reconheceram a obra de Galileu, e em 1992, o Papa João Paulo II expressou arrependimento sobre o caso. As contribuições de Galileu foram muito significantes para a nossa compreensão do Universo. Ele teve um papel muito importante na revolução científica e recebeu o título de “O Pai da Ciência Moderna”.

Vida pessoal

Em 1600, Galileu conheceu Marina Gamba, uma mulher de Veneza que lhe deu três filhos, os quais não foram reconhecidos por ele. Eles nunca se casaram, possivelmente, por conta de questões financeiras e pelo medo de que a ilegitimidade dos filhos ameaçasse sua posição social. Galileu enviou as duas filhas para o convento e seu filho Vicenzo se tornou um músico de sucesso.

Fonte: https://seuhistory.com/biografias/galileu-galilei